O volume de negócios do setor dos Autocarros de Passageiros em Portugal em 2023 foi de quase 1,5 mil milhões de euros, indica o Banco de Portugal. O aumento de 12,5% em relação a 2022 recebeu o impulso da recuperação do turismo, do aumento da procura por transportes públicos urbanos e da retoma da atividade empresarial. Em Portugal, o setor congrega cerca de 1.500 empresas, que empregam perto de 30.000 pessoas.
A Reta trocou impressões com alguns representantes do setor sobre o futuro. Fique a par!
Eduardo Geriante, da Reta, com Rui Pinto Lopes, Presidente da ARP, na 16ª Convenção. Com José Luís Carreira, anterior Presidente da ARP. Mariana Oliveira, Vice-Presidente da ARP, com o pai, António Oliveira da ANETours. À conversa com Joaquim Vilas Boas, da Santiagotur. |
O caminho da profissionalização
É com o foco na mudança de paradigma que Rui Pinto Lopes, Presidente da ARP – Associação Rodoviária de Transportadores Pesados de Passageiros, faz o balanço da 16ª Convenção desta Associação e resume os grandes desafios do setor dos Autocarros. “foi a primeira vez que se fez em Portugal uma Feira de Autocarros, o que representou um passo gigante em relação ao modelo habitual. Juntar as principais marcas e parceiros num pavilhão com 5.000m2 foi, para nós, um sucesso, até pela entrega de todos os envolvidos“. Ficámos a saber que podemos esperar rever este formato de evento em moldes tri ou bianuais.
A preocupação com a profissionalização dos empresários do setor é transversal a vários dos nossos interlocutores: se Rui Pinto Lopes aponta que “as imposições legais do setor” devem levar os empresários “a munir-se de informação“, porque “os empresários sem conhecimento não podem tomar decisões acertadas“, já José Luís Carreira (que, desde 2001 na Fátima Mundi, tem estado na ARP desde a sua génese e foi Presidente nos últimos dois mandatos), reforça que “ainda há um percurso longo a fazer. Temos muito poucos Clientes exigentes e informados. E este é um dos principais desafios: termos Clientes que conhecem o produto ou o serviço, e termos empresas capazes de transmitirem ao mercado aquilo que fazem melhor”.
Alterações na estrutura do setor dos Autocarros
– Concursos obrigatórios para transportes de carreira (transposição de diretiva comunitária) – Novas exigências e procedimentos legais | – Entrada de novos players internacionais – Forte presença nos concursos de Associados que faziam serviço ocasional e especializado | – Novas soluções de mobilidade elétrica e a hidrogénio – Novas formas de trabalhar e de lidar com o Cliente na Manutenção & Reparação dos Autocarros |
Percursos de sucesso no setor
E boas notícias? Desde 2015 no setor, Eduardo Geriante, da Reta, destaca o aumento de Clientes e da frota dos Clientes – “aqueles Clientes que tinham um único autocarro muito antigo, e neste momento têm 20, 30, viaturas modernas”.
António Oliveira fundou a ANETours em 2006 e é um destes casos de sucesso. Começou “com dois autocarros pequenos. Desde então, todos os anos comprei um autocarro novo, até aos 32 atuais“. Os seus veículos de passageiros incluem todo o tipo de lotação, de pesados a ligeiros. A empresa trabalha 24h, em três turnos, em articulação com as tripulações dos aeroportos. Com a filha, Mariana Oliveira, a assumir a Gerência da empresa (juntamente com o cargo de Vice-Presidente da ARP), diz que ainda hoje o seu dia é assim: “começo às 6h da manhã e às 20h ainda lá estou“.
A Santiagotur é outra empresa tem vindo a crescer neste setor: há mais de 25 anos no mercado, “começámos a agência com frota própria de apenas um autocarro” e, atualmente, faz transporte nacional e internacional de passageiros “para todo o lado“, seja este organizado pela própria agência ou pelo Cliente, explica Joaquim Vilas Boas.
A necessidade de acompanhar as alterações na “forma de trabalhar e de lidar com o Cliente“, enfatizada por Rui Pinto Lopes, é ilustrada por José Luís Carreira: “quando levamos uma pessoa a um determinado sítio, fazemos questão de criar condições para que ela possa experienciar a viagem toda, usufruir em pleno – e por isso, procuramos inovação, sistematicamente“.
Exemplos disso são a aposta que a Fátima Mundi fez em 2017, quando adquiriu o primeiro autocarro em Portugal com 14 metros de comprimento, ou o sistema de desinfeção por ozono que foi introduzido ainda antes da pandemia. Embora consciente de que “mudar mentalidades e práticas existentes no mercado demora décadas, até gerações“, este profissional defende que a qualidade, tal como a encara, assenta em três premissas: segurança, conforto e imagem (tanto da empresa, como do serviço).
A marca da Reta no setor dos Autocarros em Portugal
Quem está no meio, conhece bem o Eduardo Geriante, Consultor Comercial na Reta especializado no setor dos Autocarros, que está connosco desde Setembro de 2018. “Sempre gostei muito deste setor”, confessa.
A Equipa da Pintura de Autocarros na Reta de Gaia: Afonso Moreira, Avelino Rocha, Eduardo Geriante, André Cota, Filipe Costa, João Fonseca, Hugo Neves, António Marinheiro e Abílio Guimarães. A Equipa da Mecânica de Autocarros na Reta de Gaia: Rafael Pacheco, Alcino Vieira, Eduardo Geriante, Fábio Costa e Jorge Prado. Na Oficina da Reta de Gaia. Com Gilberto Couto, da Bustotravel. |
A nível técnico, Eduardo acompanhou a mudança do Euro 5 para o Euro 6, viu generalizar-se equipamentos como entradas USB, monitores TFT ou wi-fi mas, frisa, “a grande evolução, estamos a passar por ela agora – e é na parte elétrica”. A Reta já está a preparar-se para começar a aceitar este tipo de trabalhos na parte de Mecânica, investindo nas formações necessárias.
Eduardo deseja que, em cinco anos, a Reta seja reconhecida como a melhor marca nos trabalhos de Manutenção & Reparação de Autocarros e, consequentemente, seja líder neste mercado.
Experiências dos Clientes com a M&R de Autocarros da Reta
“Quando conheci o Eduardo, comecei por pintar um autocarro de 55 lugares, que ficou muito bem pintado, foi um trabalho muito bem feito. Nos trabalhos seguintes, correu tudo muito bem, por um preço justo – fiquei a gostar e por isso continuo cliente da Reta”. António Oliveira, ANETours | “A parte mais importante é o fornecedor conhecer as exigências do Cliente. Se a Reta respeita o meu processo de adjudicação, se se dispõe a atender ao pedido, se há um trabalho de equipa, temos tudo para continuar“. José Luís Carreira, Fátima Mundi | “Trabalhamos com a Reta há mais de 5 anos; aqui fazemos lavagens, mecânica, pintura, parqueamento, toques, sinistros, um pouco de tudo. Um dos maiores pontos fortes é, a meu ver, a Receção: somos bem atendidos por toda a Equipa, incluindo o Eduardo“. Gilberto Couto, Bustotravel |
E quanto às Pessoas da Reta que trabalham afincadamente nos bastidores?
As pessoas que fazem este trabalho na Reta “merecem todo o mérito e todo o reconhecimento pelo profissionalismo”, partilha Eduardo Geriante. Não hesita quando diz que “sem a minha Equipa, eu não estou cá a fazer nada”. Rigor e brio são o que pede constantemente a quem trabalha na Oficina – até porque “maior do que a exigência do Cliente, só a minha própria exigência com o nosso trabalho“.
E porque o setor dos Autocarros é fundamental para a Reta – queremos vê-lo sempre na estrada!